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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

20/9/2012 - Vaticano - Dom Giovenale novo Bispo de Santarém


(ANS – Cidade do Vaticano) – Em comunicado publicado ontem, 19 de setembro, a Sala de Imprensa Vaticana divulgou que o Santo Padre Bento XVI nomeou para Bispo da Diocese de Santarém, no estado do Pará, ao salesiano Dom Flávio Giovenale, transferindo-o da Diocese de Abaetetuba, também no Pará.
Nascido em 5 de junho de 1954, em Murello, Itália, e salesiano em 1971 com a 1ª profissão em Pinerolo, Piemonte, Dom Giovenale recebeu a ordenação sacerdotal em 20 de dezembro de  1981, em sua terra natal. Em 1997 foi nomeado Bispo da Diocese de Abaetetuba.
Entrementes desempenhou outrossim o encargo de Presidente (2007-2011) e, depois, Secretário (desde 2011), do Reginal Norte II, da CNBB. De novembro de 2011, o Prelado foi também Presidente da Caritas Brasileira.
A sua nova Diocese, Santarém, contava em 2011 com cerca de 296 000 católicos – quase dois terços da população do Município –, com 44 Sacerdotes, 48 Religiosas, sendo 23 as Paróquias.
Publicado em 20/09/2012

ENCONTRO VOCACIONAL REGIONAL EM CARPINA-PE



            Nos dias 15 e 16 de setembro, aconteceu no aspirantado salesiano o segundo encontro regional de 2012. Foram dois dias riquíssimos de convivência, oração, palestras e partilha vocacional. Estiveram presentes vocacionados e vocacionadas de algumas cidades de Pernambuco, que estão sendo acompanhados(as) pelos Salesianos de Dom Bosco e as Filhas de Maria Auxiliadora. O encontro fora conduzido pelos salesianos Jefferson Rodrigues e Sharlon de Lucena, juntamente com a salesiana Ir. Elizangela. Dentre os temas abordados destacamos a relação entre Dom Bosco e a Igreja como também o projeto de vida. Para que “conhecendo e imitando Dom Bosco façamos dos jovens a missão da nossa vida.”

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ESTÁGIO VOCACIONAL SALESIANO 2012

RADICAL MESMO É SER SALESIANO

De 09 a 14 de julho, realizou-se no INSAF o estágio vocacional salesiano promovido  pela Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil, animado pela pastoral vocacional e missionária. Chamados à radicalidade evangélica, participaram cerca de 26 jovens que quiseram discernir o chamado de Deus à vocação salesiana. O estágio fora uma riquíssima oportunidade de estar com o Senhor que chamou a cada um pelo nome, para fazer com Ele a experiência do discipulado.
Durante a semana vários salesianos da nossa inspetoria fizeram-se presentes animando os jovens vocacionados com o seu testemunho e palestras. Além dessas, aconteceram momentos de esporte, convivência, trabalho, orações, celebrações eucarísticas e aquilo que não pode faltar na casa salesiana, a festa que é a expressão de nossa alegria de estar com aquele que nos assegura a festa maior, por meio de sua presença viva e eficaz através da Palavra e da Eucaristia. Peçamos a Nossa Senhora Auxiliadora que interceda por esses jovens, que assim como Dom Bosco querem doar a vida pela salvação da juventude.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Lembrança do Estágio Vocacional 2012

PAPEIS DE PAREDE!




Encontro Vocacional Regional, Juazeiro no Norte - CE


Encontro Vocacional Regional, Juazeiro no Norte - CE
Nos dias 17 e 18 de setembro aconteceu em Juazeiro do Norte o encontro vocacional regional que teve como temática: “Seguir Jesus de Nazaré”. “A proposta do Mestre”! O mesmo foi realizado no Horto do Padre Cícero por ocasião do centenário da cidade do Juazeiro do Norte que fundada por Padre Cícero em 22 de julho de 1911. O encontro foi em conjunto, salesianos Francisco Ataíde e Sharlon, e as FMA Irmã Nádia e Irmã Janilda. Em todo encontro tivemos a presença de 8 vocacionados e 7 vocacionadas no total de 15 pessoas. Ao chegarmos à manhã do sábado, nós fomos recebidos pelo Padre Pereira, diretor da obra salesiana e chegando ao Horto fomos muito bem acolhidos pela Irmã Raimunda, diretora da casa das FMA. Houve durante o encontro momentos de palestras, oracionais, dinâmicas, trabalhos em grupos, individuais e partilha. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ser padre ainda é desejo e projeto de vida de muitos jovens

“Estamos convencidos de que muitos dentre os jovens são ricos de recursos espirituais e apresentam germes de vocação apostólica” São João Bosco


 “Ter vocação é descobrir que a vida tem sentido, e por isso, é preciso dar-lhe direção, objetivos a alcançar e, sobretudo, uma grande energia, fruto da motivação, que não é mais do que ter razão de ser o que somos e fazer o que fazemos com alegria e otimismo, convecidos de sermos úteis” 
Pe. Pascual Chavez
 

Num mundo tão cheio de possibilidades , discernir o projeto de Deus na própria vida não é uma tarefa fácil, especialmente e quando a escolha envolve a consagração apostólica e o sacramento da Ordem. Mas, contradizendo o que muitos pensam, continuam a aparecer muitos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada.

Segundo a edição do Anuário Estatístico da Igreja Católica lançado em fevereiro de 2011, entre 1999 e 2009, o número de padres em todo mundo aumentou 1,4%. De acordo com o mesmo documento, existem no mundo 410.593 padres, sendo 135.051 pertencentes ao Clero religioso, isto é, aqueles que assumem um carisma, pertencem a uma congregação religiosa, como os Salesianos de Dom Bosco. Estes, segundo os dados estatísticos divulgados este ano (2012) pela congregação, somam mais de 15 439 professos, sendo destes 10433 sacerdotes. Este crescimento é notadamente vindo da África, Ásia e América Latina, e muitas vezes de países de minoria cristã. O cardeal dom Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e ex-prefeito da congregação para o Clero (organismo do Vaticano responsável pelo acompanhamento de sacerdotes em todo mundo) em entrevista ao site Jovens Conectados afirmou: “Participei de um grande encontro de presbíteros na Índia, por exemplo, no qual a grande maioria era jovens. Isso também eu pude notar por alguns outros países pelos quais eu passei”.

 Também entre os Salesianos, a maioria das vocações vêm da índia, do Vietnã, Timor-leste e de alguns países latino-americanos. Segundo Pe. Pascual Chavez Villanueva, Reitor-mor da congregação, alguns elementos podem favorecer a vida consagrada: a população é predominantemente jovem, a cultura local continua sendo muito religiosa, e há muita pobreza, fazendo sentir-se a necessidade de fazer algo para dar alívio às pessoas, especialmente aos mais pobres e necessitados, sobretudo porque o Estado não tem recursos para fazer frente a todas necessidades.

Como surgem as vocações religiosas? 
 
 Cada ambiente e atividade se transforma em vocacional, num sentido amplo, porque se transforma em uma experiencia de pertencimento, de participação ativa à vida. Pe. João Carlos Ribeiro, atual diretor do Colégio Salesiano de Recife, além de cantor e compositor, reforça: “Sendo compreensão salesiana – e da Igreja – o crescimento vocacional do jovem é sobretudo obra de uma 'pedagogia do ambiente', e exige o estabelecimento de uma rede que envolva as comunidades locais em vários níveis”, e acrescenta: “a experiencia associativa dentro da igreja é frequentemente um dos primeiros passos para o descobrimento vocacional e também seu amadurecimento.”

Por isso deve-se atentar para importância da qualidade do ambiente educativo, que impregnado de valores cristãos, não apenas leva as gerações jovens a Deus, mas favorece o encontro pessoal com Jesus e suscita nos seus corações o desejo e a disponibilidade de acolher este dom e a consolidar a capacidade de decisão por uma resposta vocacional de total adesão a Cristo. Pois, como coloca dom Claudio: “Não basta ensinar uma doutrina para os jovens, a fé se inicia quando há um encontro pessoal com Deus”.

 Além do ambiente e das experiencias associativas, “O testemunho suscita vocações” (Papa Bento XVI). Conhecer sacerdotes felizes em sua missão e ter oportunidade de conviver e conversar sobre este “chamado especial”, muitas vezes faz toda diferença. O Próprio Reitor-Mor, em seu artigo na revista SALESIANOS 2012, conta uma história de um dos meninos da seleção de basquete da escola que ele ensinava (ainda no México, muito antes de ser o superior geral) entrou em uma outra congregação e escreveu-lhe dizendo que sentia-se decepcionado por Pe. Pascual nunca o ter convidado a ser salesiano. A partir de então, ele tomou a decisão de ser mais claro e propositivo e afirma ter colhido muitos frutos positivos. E também dá seu testemunho de alegria na vida religiosa e dá dica aos irmãos:

“Sinto-me orgulhosamente feliz da minha vocação! Não me envergonho de ser salesiano! Antes, gosto muito de convidar os meninos que considero idôneos para esta vocação a serem salesianos, precisamene porque quero o bem deles, que sejam felizes como eu”. E oferece aos jovens a vocação salesiana: “façam uma coisa grande na vida de vocês. Ânimo! Dêem a Deus umam oportunidade e vejam que não ficarão desapontados!”

Jakeline Lira
Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil 
Publicado no Boletim Salesiano maio/junho 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A relação entre Dom Bosco e o secretário de estado do Vaticano


ENCONTROS VOCACIONAIS ACONTECEM PELO NORDESTE SALESIANO







Neste primeiro semestre de 2012 a pastoral vocacional e missionária realizou diversos encontros pelo nordeste do Brasil, podemos citar: João Pessoa-PB, Petrolina-PE, Carpina-PE, Fortaleza-CE, Natal-RN, Juazeiro do Norte-CE. O tema que está sendo discutido e aprofundado é o da Estreia 2012, "Conhecendo e imitando Dom Bosco façamos dos jovens a missão da nossa vida" e o lema: "Eu sou o Bom Pastor: o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10, 11). Os encontros sempre são momentos ricos em partilha,  experiências, convivência com os salesianos e de conhecimento da própria vocação e da pessoa de Jesus, uma experiência com o Bom Pastor. Geralmente acontecem  com a presença do Pe. Ildelfonso delegado da Pastoral Vocacional e Missionária, juntamente com algum dos pós-noviços que o ajudam na pastoral. Por vezes contamos também com a presença das Filhas de Maria Auxiliadora nos encontros onde há a presença de candidatas a vida religiosa feminina.  Peçamos ao Bom Pastor a graça de imitar seus passos nas pegadas de Dom Bosco, neste vasto campo que é a missão salesiana, guiados e amparados por Nossa Senhora Auxiliadora.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sementes de amor


Equipe vocacional 2012 reunida em formação



Qual é a imagem de Dom Bosco hoje?



Diante dessa literatura salesiana necessariamente em evolução, é evidente que também hoje precisamos responder a uma série de perguntas.
Quem foi Dom Bosco? O que ele disse, o que fez e escreveu? Com que modalidade de vida e de ação ele conseguiu ampliar suas obras de bem? Que relação existe entre seu pensamento e sua atividade? Quais foram a origem das suas ideias, o seu desenvolvimento e a sua novidade? Que consciência teve de si mesmo e da própria mensagem no início da sua obra e qual foi a percepção que teve gradualmente ao longo da sua vida? Que tipo de percepção a respeito dele, da sua obra e da sua mensagem tiveram seus primeiros colaboradores leigos e eclesiásticos, os primeiros salesianos, as FMA, os Cooperadores, os alunos e o ex-alunos? Como compreenderam e avaliaram Dom Bosco os seus contemporâneos: papa, bispos, sacerdotes, religiosos, autoridades políticas e civis, detentores do poder econômico e financeiro, crentes ou não crentes, as massas?
Qual foi a imagem de Dom Bosco construída e transmitida pela “tradição histórica”, pelos cronistas e pelos biógrafos contemporâneos, pelas testemunhas dos processos, pelas comemorações e apoteoses dos aniversários e das datas significativas (1915, 1929 1934, 1988, 2009)? Quais foram as interpretações da sua “missão” histórica? Tratou-se de uma resposta providencial às necessidades de uma Igreja perseguida? Uma resposta católica às necessidades dos tempos? Uma solução do “problema dos jovens pobres e abandonados”, do problema social, da cooperação entre as “classes”? Uma promoção das massas populares no respeito da ordem vigente? Uma ação missionária e civilizadora?
O que caracteriza propriamente Dom Bosco? Foi o inventor de uma “pedagogia” idônea para aproximar os jovens “periclitantes e perigosos”? Foi mestre de espiritualidade para os jovens em situação de risco, para as classes inferiores, para os povos em via de desenvolvimento? Foi o Santo da alegria, dos valores humanos, do encontro com todos sem discriminações? Ou talvez tudo isso e muito mais?
Hoje, é preciso reconstruir essa imagem de Dom Bosco; é necessário vê-lo sob outra luz, para uma fidelidade que não seja repetição, obséquio a fórmulas ou dissociações. Não basta limitar-se a qualquer tipo de leitura de animação ou a algum ensaio de estudiosos; precisamos, todos juntos, aprofundar a salesianidade para chegarmos a uma visão comum, culta, profissional, profunda, que saiba valorizar o patrimônio histórico, pedagógico, espiritual, herdado de Dom Bosco; que conheça a fundo a realidade juvenil, que possua um perfil claro do cristão na sociedade de hoje e de amanhã, com os correspondentes compromissos “de acordo com as necessidades dos tempos”. Em outras palavras, trata-se de rever as intuições e as estruturas de agregação e de educação, de reler o Sistema Preventivo em chave de atualidade, de apresentar ao mundo e à Igreja um estilo particular de educador salesiano.
Hoje, mais do que de crise de identidade, talvez se trata de crise de credibilidade. Tem-se a impressão de estarmos sob a tirania do statu quo, mais em nível de resistências inconscientes do que intencionais. Embora convictos a respeito da verdade dos valores teológicos de que está impregnada nossa vida cristã e consagrada, sentimos dificuldade de atingir o coração dos nossos destinatários, para os quais deveríamos ser sinais de esperança; somos sacudidos pela irrelevância da fé na construção da sua vida; constatamos uma escassa sintonia com o seu mundo, a distância, para não dizer a estraneidade, de seus projetos humanos; damo-nos conta de que nossos sinais, nossos gestos, nossa linguagem não parecem incidir em sua vida.
Talvez haja pouca clareza quanto à função da missão a que nos dedicamos; talvez alguns não estejam convencidos da utilidade da nossa missão; talvez não encontrem o trabalho adequado às suas aspirações porque não sabemos inovar; talvez se sintam aprisionados pelas emergências que se tornaram cada vez mais prementes; talvez haja pouca estima mais ad intra do que ad extra. A história nos poderá socorrer na ação de atualização do carisma. Por isso, limito-me a evidenciar aqui alguns aspectos, demorando-me particularmente quanto ao primeiro.

7.1 Evolução das obras e dos destinatários. Para Dom Bosco, a abertura de novas obras é determinada pelas exigências da situação. A pobreza cultural dos jovens provoca em Valdocco a abertura de uma escola elementar dominical, depois noturna, em seguida diurna, especialmente para quem não pode frequentar a escola pública; finalmente, outras escolas, diversos laboratórios, e assim por diante, rumo à complexa “casa anexa” ao Oratório de São Francisco de Sales. Essa primeira obra, de simples lugar e encontro nos dias festivos para o catecismo e para o divertimento, torna-se lugar de formação global; para certo número de jovens sem meios de subsistência, torna-se uma casa, um lugar de residência. Ao pátio e à igreja, onde se desenvolve um programa com a possibilidade dos sacramentos, da instrução religiosa elementar, do divertimento, de interesses, de festas religiosas e civis, de dons, somaram-se outras estruturas para oferecer a aprendizagem de um ofício, evitando frequentar fábricas da cidade, às vezes muito imorais e perigosas para jovens já marcados por um passado difícil. Depois, fundaram-se outras casas salesianas, outros pequenos seminários confiados aos cuidados da já então existente Sociedade salesiana.
Para o primeiro oratório confluíram tanto jovens provenientes das casas de correção quanto imigrados e, em geral, jovens sem fortes liames com as respectivas paróquias. Depois, num degrau mais alto, são acolhidos no oratório e no internato estudantes e aprendizes que vivem longe da “pátria”, que vão para a cidade a fim de aprender um ofício ou fazer estudos que os habilitem a um emprego. Para certo número de jovens pertencentes a essa categoria ou que vivem em particulares dificuldades ou ainda que têm alguma disponibilidade econômica, é aberta a possibilidade de aprender um ofício nos laboratórios organizados ou de fazer estudos em escolas em colégios. Essa população entra normalmente nas duas diversas categorias sociais: a “classe pobre” e a “classe média”. Exigências particulares favorecem também a instituição de escolas elementares, técnicas, humanísticas, profissionais, agrícolas, externatos, colégios também para a classe média-alta, em que se trata de contrastar análogas iniciativas laicais ou protestantes, ou então de garantir uma educação integralmente católica segundo o Sistema Preventivo.
A preferência pelos mais pobres é considerada por Dom Bosco compatível com a maciça destinação de escolas e colégios para a “classe média”. Ele não rejeita qualquer gênero de pessoas, mas prefere ocupar-se com a classe média e a classe pobre, porque seus jovens estão mais necessitados de socorro e de assistência. De qualquer forma, o mecanismo das “diárias” a pagar não permitiu grandes aberturas para com os verdadeiros pobres ou com os “meio pobres”, a não ser para grupos limitados de jovens mantidos pela beneficência pública ou privada. Além disso, uma categoria específica é constituída por aqueles jovens entre os mais pobres e periclitantes que se encontram em lugares de missão, privados da luz da fé. Naturalmente a ação missionária não se limita aos jovens, mas tenta envolver todo o mundo que os rodeia; nem se limita à ação estritamente pastoral, mas se interessa por todos os aspectos da vida civil, cultural, social, segundo quanto o próprio Dom Bosco diz em uma sua carta de 1º. de novembro de 1886: levar “a religião e a civilização entre aqueles povos e nações que ainda ignoram a primeira e a segunda”. São privilegiados também, sem distinção de classes, os jovens que manifestam propensão para o estado eclesiástico ou religioso; é o dom mais precioso que se pode fazer à Igreja e à própria sociedade civil. 
Finalmente, devem-se constatar as extensas zonas da marginalização de “jovens pobres e abandonados” em situações particularmente graves, às vezes trágicas, que permanecem estranhas à atividade de Dom Bosco: a faixa emergente dos jovens sempre mais envolvidos na “indústria” nascente da assistência, proteção e formação do ponto de vista social e sindical; o mundo da delinquência juvenil verdadeira e própria existente em Turim; as obras para a recuperação de menores delinquentes ou próximos à delinquência, com algumas das quais entrou em tratativas mais ou menos claras; o imenso continente da pobreza e da miséria não só nas cidades, mas também e, às vezes ainda mais, no campo; o vasto planeta do analfabetismo e da educação artesã e profissional; o mundo da desocupação e da migração; finalmente, o mundo da deficiência mental e física.
Ora, essa página da história nos obriga a refletir em perspectiva atualizadora. Quem são hoje os nossos destinatários privilegiados? Quais são as obras adequadas às suas necessidades? O desaparecimento nas Constituições salesianas renovadas do elenco das obras salesianas típicas que contemplavam em primeiro lugar os oratórios, por acaso, não contribuiu a reduzir o número dos nossos oratórios clássicos, substituídos talvez por escolas superiores e universitárias?

7.2 Juventude abandonada. Como disse no início, a importância histórica de Dom Bosco deve ser procurada, não só nas obras e em certos elementos metodológicos relativamente originais, mas também na percepção intelectual e emotiva da dimensão universal, teológica e social do problema da “juventude abandonada” e na grande capacidade de transmiti-la a densos grupos de colaboradores, benfeitores e admiradores.
Perguntemo-nos, então: hoje, somos seus fiéis discípulos? Vivemos ainda a tensão que Dom Bosco tinha entre ideal e realização, entre intuição e concretização no tecido social em que ele agia?  

7.3 Resposta às necessidades dos jovens. Dado que as iniciativas assistenciais e educativas de Dom Bosco em favor dos jovens se sucedem no plano prático dentro de certo “ocasionalismo”, é preciso também dizer que suas “respostas” aos problemas não resultam de um “programa” orgânico e não são postas em prática em consequência de uma visão prévia e completa do quadro social e religioso do século XIX.
Dom Bosco, esbarrando em problemas particulares, dá respostas também imediatas e localizadas, até que, gradualmente, as diversas condições juvenis o levam a propor-se de forma global “o problema dos jovens” no mundo inteiro. Na vida heroica de Dom Bosco não se constatam planos preventivos e estratégias de ação em longo prazo, preparados à escrivaninha – coisas que hoje, com justiça, consideramos indispensáveis – mas emergem soluções eficazes, às vezes imprevistas, de problemas imediatos. 
Que significa tudo isso, hoje, para nós, que vivemos numa “aldeia global” onde tudo é conhecido em tempo real, onde está à nossa disposição uma ampla sequência de ciências especializadas? Como passar de uma política de emergência a uma política de programação? Baseando-nos em que critérios específicos nós podemos realizar as opções operativas no contexto dos meandros da história, não ficando estranhos a ela? Como evitar o duplo risco de perder unidade e identidade por querer fazer tudo, para abandonar obras estáveis e passar a coisas passageiras não bem pensadas, para desperdiçar recursos em curto prazo; e o risco de tornar absolutos e perenes certos  aspectos contingentes do Fundador, acabando por contentar-nos com o que já temos e que já conhecemos de uma tradição fossilizada, defendida em boa-fé por fidelidade ao passado?

7.4 Flexibilidade de resposta às necessidades. Da análise histórica resulta a genialidade e a capacidade de Dom Bosco de coordenar, em torno da sua vocação de “salvar” os jovens, obras educativas destinadas aos jovens das classes populares urbanas, com ulteriores e variadas atividades que se destinavam a outros ovjetivos. Em torno do pequeno Oratório de Valdocco Dom Bosco conseguiu polarizar milhares de jovens, conquistar o consenso e o apoio do ambiente eclesiástico num leque sempre mais amplo, virtualmente universal. E o fechamento de obras, como o Oratório do Anjo da Guarda em Turim, de casas salesianas isoladas como Cherasco, Trinità, não era índice de retrocesso, mas de um ajuste e de um novo impulso. É prova disso a expansão da sua missão com obras que visavam à formação juvenil: a fundação das FMA, as missões, os Cooperadores, o Boletim Salesiano. Essas diversas iniciativas põem em evidência uma contínua coordenação, sempre uma nova retomada, um desenvolvimento ulterior. 
Ora, como não observar que em nossa ação deve ser considerada importante não só e não tanto a imagem, mas a realidade que se renova e se desenvolve com uma coordenação sábia? O forçado fechamento de tantas obras não corre muitas vezes o perigo de parecer uma simples escapatória, em vez de uma opção ordenada para um desenvolvimento maior?

7.5 Pobreza de vida e trabalho incansável. Nos apontamentos que a tradição chamou de “Testamento espiritual”, Dom Bosco deixou escrito: “Desde o momento em que começar a aparecer o bem-estar nas pessoas, nos quartos ou nas casas, também começará a decadência da nossa congregação. […] Quando começarem entre nós as comodidades ou o bem-estar, a nossa pia sociedade terá feito o seu curso” (P. Braido [ed.], “Don Bosco educatore, scritti e testimonianze”, Roma, LAS, 1992, p. 409, 437).
Hoje, inspirando-nos em Dom Bosco, não deveríamos ter a coragem de dizer que quando uma comunidade religiosa se fecha diante da TV e dos jornais por horas a fio, é sinal de que pelo menos naquele lugar demos por encerrado o nosso curso? O que dizer quando uma obra salesiana se reduz a quatro meninos com uma bola e uma TV, e não encontra tempo para convocar jovens e envolvê-los nas próprias iniciativas, mas, ao contrário, encontra tempo para passeios culturais? Talvez aquela obra tenha terminado o seu curso, dado que o número de jovens numa obra salesiana local, embora não seja tudo, é sempre o termômetro da razão de ser de uma casa num determinado território.


E a música não para!