/ Vocacional | SALESIANOS NORDESTE: junho 2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ser padre ainda é desejo e projeto de vida de muitos jovens

“Estamos convencidos de que muitos dentre os jovens são ricos de recursos espirituais e apresentam germes de vocação apostólica” São João Bosco


 “Ter vocação é descobrir que a vida tem sentido, e por isso, é preciso dar-lhe direção, objetivos a alcançar e, sobretudo, uma grande energia, fruto da motivação, que não é mais do que ter razão de ser o que somos e fazer o que fazemos com alegria e otimismo, convecidos de sermos úteis” 
Pe. Pascual Chavez
 

Num mundo tão cheio de possibilidades , discernir o projeto de Deus na própria vida não é uma tarefa fácil, especialmente e quando a escolha envolve a consagração apostólica e o sacramento da Ordem. Mas, contradizendo o que muitos pensam, continuam a aparecer muitos candidatos ao sacerdócio e à vida consagrada.

Segundo a edição do Anuário Estatístico da Igreja Católica lançado em fevereiro de 2011, entre 1999 e 2009, o número de padres em todo mundo aumentou 1,4%. De acordo com o mesmo documento, existem no mundo 410.593 padres, sendo 135.051 pertencentes ao Clero religioso, isto é, aqueles que assumem um carisma, pertencem a uma congregação religiosa, como os Salesianos de Dom Bosco. Estes, segundo os dados estatísticos divulgados este ano (2012) pela congregação, somam mais de 15 439 professos, sendo destes 10433 sacerdotes. Este crescimento é notadamente vindo da África, Ásia e América Latina, e muitas vezes de países de minoria cristã. O cardeal dom Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e ex-prefeito da congregação para o Clero (organismo do Vaticano responsável pelo acompanhamento de sacerdotes em todo mundo) em entrevista ao site Jovens Conectados afirmou: “Participei de um grande encontro de presbíteros na Índia, por exemplo, no qual a grande maioria era jovens. Isso também eu pude notar por alguns outros países pelos quais eu passei”.

 Também entre os Salesianos, a maioria das vocações vêm da índia, do Vietnã, Timor-leste e de alguns países latino-americanos. Segundo Pe. Pascual Chavez Villanueva, Reitor-mor da congregação, alguns elementos podem favorecer a vida consagrada: a população é predominantemente jovem, a cultura local continua sendo muito religiosa, e há muita pobreza, fazendo sentir-se a necessidade de fazer algo para dar alívio às pessoas, especialmente aos mais pobres e necessitados, sobretudo porque o Estado não tem recursos para fazer frente a todas necessidades.

Como surgem as vocações religiosas? 
 
 Cada ambiente e atividade se transforma em vocacional, num sentido amplo, porque se transforma em uma experiencia de pertencimento, de participação ativa à vida. Pe. João Carlos Ribeiro, atual diretor do Colégio Salesiano de Recife, além de cantor e compositor, reforça: “Sendo compreensão salesiana – e da Igreja – o crescimento vocacional do jovem é sobretudo obra de uma 'pedagogia do ambiente', e exige o estabelecimento de uma rede que envolva as comunidades locais em vários níveis”, e acrescenta: “a experiencia associativa dentro da igreja é frequentemente um dos primeiros passos para o descobrimento vocacional e também seu amadurecimento.”

Por isso deve-se atentar para importância da qualidade do ambiente educativo, que impregnado de valores cristãos, não apenas leva as gerações jovens a Deus, mas favorece o encontro pessoal com Jesus e suscita nos seus corações o desejo e a disponibilidade de acolher este dom e a consolidar a capacidade de decisão por uma resposta vocacional de total adesão a Cristo. Pois, como coloca dom Claudio: “Não basta ensinar uma doutrina para os jovens, a fé se inicia quando há um encontro pessoal com Deus”.

 Além do ambiente e das experiencias associativas, “O testemunho suscita vocações” (Papa Bento XVI). Conhecer sacerdotes felizes em sua missão e ter oportunidade de conviver e conversar sobre este “chamado especial”, muitas vezes faz toda diferença. O Próprio Reitor-Mor, em seu artigo na revista SALESIANOS 2012, conta uma história de um dos meninos da seleção de basquete da escola que ele ensinava (ainda no México, muito antes de ser o superior geral) entrou em uma outra congregação e escreveu-lhe dizendo que sentia-se decepcionado por Pe. Pascual nunca o ter convidado a ser salesiano. A partir de então, ele tomou a decisão de ser mais claro e propositivo e afirma ter colhido muitos frutos positivos. E também dá seu testemunho de alegria na vida religiosa e dá dica aos irmãos:

“Sinto-me orgulhosamente feliz da minha vocação! Não me envergonho de ser salesiano! Antes, gosto muito de convidar os meninos que considero idôneos para esta vocação a serem salesianos, precisamene porque quero o bem deles, que sejam felizes como eu”. E oferece aos jovens a vocação salesiana: “façam uma coisa grande na vida de vocês. Ânimo! Dêem a Deus umam oportunidade e vejam que não ficarão desapontados!”

Jakeline Lira
Coordenadora de Comunicação da Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil 
Publicado no Boletim Salesiano maio/junho 2012